27 de abril de 2010

"Jejum de Amor" une romance, ética e jornalismo

Por Laura Vaccarini Gouvêa e Suellen Passarelli

 


Jejum de Amor, produzido em 1940 por Howard Hawks e baseado em uma peça teatral muito famosa de Hollywood, é uma típica comédia romântica da chamada “Época de Ouro” do cinema em Hollywood.

O filme relata a história da “conturbada” relação de um casal, Walter Burns e Hildegaard 'Hildy' Johnson. Eles são divorciados e colegas de trabalho, ambos são jornalistas. Quando Hildy avisa que irá se casar novamente, Walter faz de tudo para impedi-la e reatar seu antigo relacionamento.

Dentro da trama do romance, a rotina jornalística é muito explorada. A ética é um dos fatores principais. Os jornalistas do filme estão sempre dispostos a passar por cima de tudo e de todos para conseguirem boas histórias ou bons relatos daquilo que querem noticiar. Isso não ocorre somente no filme, os jornalistas devem estar sempre atentos ao modo de trabalharem para não burlarem as leis da ética. Um bom jornalista é aquele que sabe noticiar sem prejudicar a integridade de outrem.

As teorias da comunicação são bem claras a respeito do retorno do público alvo de uma mídia. Para que esse se torne fiel e devotado, é preciso despertar seu interesse. Para isso, os jornalistas acreditam que podem fazer inclusive o impossível. Hildy e seus companheiros usam de uma persuasão incrível para conseguirem suas matérias.

Segundo a Teoria da Persuasão, a informação, antes de chegar ao seu destino final, passa por vários filtros, e as pessoas adequam aquilo que ouvem à sua maneira de pensar e compreender o mundo. Ao se relatar um acontecimento, deve-se buscar a veracidade dos fatos. O jornal de Walter não fez isso para relatar a prisão de Earl Williams. Pelo contrário, eles inventam muitas histórias, dessa forma, o público leitor usa das informações recebidas para fazerem suas próprias conclusões.

O público está acostumado a pensar pela mídia, eles recebem a informação, a assimilam e criam sua realidade. É isso o que diz a Teoria Empírica de Campo. A mídia funciona mais como uma influência do que como uma verdade absoluta.

O filme, além de utilizar das ações dos personagens para dar ideia da rotina jornalística, utiliza também as falas dos personagens. O diretor inovou por utilizar, pela primeira vez na história do cinema, a sobreposição de falas. Antes os atores não podiam “atropelar” as falas de outras personagens, mas em Jejum de Amor é exatamente isso o que eles fazem. Não só foi uma inovação, mas também ajuda a entender a rapidez com que tudo acontece quando se é jornalista.

As coisas estão acontecendo o tempo todo, o mundo está girando e as pessoas querem saber o que se passa. O repórter tem que estar sempre atento a tudo o que acontece e saber o que é considerado notícia e o que não é interessante.

Sem dúvida, o filme é uma comédia que envolve a todos os que assistem e, às vezes, os deixam um pouco tontos por toda sua agilidade. Os atores Cary Grant e Rosalind Russell se interagem muito bem e conseguem prender a atenção dos espectadores.

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